História de Semide

        A vizinhança da «civitas» antecessora da actual Coimbra, alguma arqueologia local ou das imediações e um ou outro topónimo, dão ao lugar possibilidades de um povoamento bastante recuado ou pelo menos anterior à Nacionalidade. De qualquer maneira a história da antiga vila de Semide, que significará, etimologicamente, a flor da farinha, confunde-se com a do Mosteiro, ali localizado.

       Semide recebeu foral por acção do rei D. Manuel I, em Janeiro de 1514, mantendo-se como sede do concelho até 1853. Até um pouco antes, 1834, permaneceu nas mãos da abadessa do convento o poder de dar solene posse ás justiças na portaria do mesmo.

       O Convento ou Mosteiro de Santa Maria de Semide, onde se desenrolam ano após anos, as Festas em Honra de São Pedro e de há oito anos para cá, se tem realizado as EXPOSEMIDE, foi fundado em 1154 por Martim Anaia. Inicialmente era ocupado por monges beneditinos. Mais tarde tornou-se num convento de freiras para receber as descendentes do seu fundador.

       A parte mais antiga ainda existente data do século XVI. Em 1664 um incêndio devorou a maior parte do edifício que foi reconstruído e inaugurado, com a actual igreja, em 1697. Em 1964 o mosteiro sofre novo incêndio tendo sido devorada a ala poente. Em 1990, um novo incêndio destruiu o claustro velho, a casa do capítulo e a sacristia.

       Do conjunto ainda existente salienta-se a Igreja, com um retábulo e cadeiral em madeira, dos finais do séc. XVII, azulejos do séc. XVIII, esculturas do séc. XVII e séc. XVIII e altar-mor também do séc. XVII. O órgão de tubos, do séc. XVIII, foi recentemente recuperado.